03 julho 2008

Nosso caminho não é o noroeste
Texto escrito em abril... e a luta continua...
" Tão longe, tão perto. A belíssima área onde ficaria o malfadado setor noroeste está tão perto de nós e não sabemos disso. Depois que fui lá com a Denise e Korubo, estava com muita fome, e fui num grande supermercado jantar. Acabando de sair de uma bela e ameaçada reserva e logo entrando no supermercado que fica tão próximo (a civilização fica próxima...) foi uma sensação tão estranha, instantaneamente estávamos na água e fui para o óleo, me sentindo um forasteiro alheio. Só me senti assim quando esse mesmo supermercado inaugurou alguns anos atrás. Já que este sempre seria 24 hs, fui conhecê-lo mesmo numa madrugada. Morando na mesma rua desde 1975 me senti um peixe do cerrado fora d'água dentro daquele invasivo novo supermercado. O texto abaixo foi enviado recentemente para algumas listas de discussão.

“Estivemos novamente hoje no 'Setor Noroeste', continuando com o trabalho fotográfico. Incrível que hoje havia dois carros do CorreioWeb andando de um lado para o outro. Korubo, o índio que nos acompanhou disse que o Correio tem tentando falar com eles, os índios, desde ontem. O carro deles chegou a entrar dentro da área indígena. Hoje o terreno indígena está trancado com cadeado, e os carros passaram algumas vezes acompanhando o nosso trabalho ao longe.
Não registramos nada dentro da reserva indígena que está sob júdice para não criarmos atrito com a FUNAI e partimos para a área onde ficaria o setor noroeste. É muito bonita. Possui descidas vastas e uma subida gradual em que se avista grande parte de Brasília, todos entremeados de pássaros, grandes pegadas de Lobos-guará e a vegetação peculiar do Cerrado com as soturnas noturnas jaguatiricas. O pôr do sol é único, e pela segunda vez, como no sábado, nos recebeu como se nos avisasse alguma coisa. Korubo fez questão de mostrar uma de suas moradas, um posto de observação que ele queria que saísse numa foto. Disse que a Folha de São Paulo já havia fotografado uma vez e saiu no jornal. Korubo explicava coisas sobre a vingança da mãe terra demonstrando trechos de erosão na estrada de terra que ora sacolejava o insistente carro do CorreioWeb, ora comportava alguns trechos contendo entulho. No caminho da estrada de terra vermelha pegou-se uma pequena rocha marrom que desprendia facilmente um rastro avermelhado, cuidadosamente pintado sobre a pele de Korubo. Um tipo de capim bonito nos foi apresentado para artesanato. Gentilmente nos guiou até uma área central de captação e distribuição de água da CAESB, onde um pássaro provavelmente falconiforme já nos esperava. Minha lente estava muito suja, mas num dado momento pôde registrar entre duas árvores a torre da Mesquita Islâmica ao longe, a segunda maior mesquita da América Latina. Permanecemos os três alguns minutos contemplando por um lado a natureza e por outro a bestialidade humana, e retornamos já na penumbra. Amanhã retornaremos as cinco da manhã, com previsão de visitarmos os lagos formados na área de mineração. Esperamos retornar na área com especialistas em Botânica e Ecologia para continuar o registro mais detalhadamente. Um abraço, JPhilippe”

3 comentários:

Luiz Aurélio disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Luiz Aurélio disse...

Parabéns cara! Ficaram muito boas essas fotos !
É uma pena que queiram destruir tudo isso em nome da ganância desses especuladores imobiliários, peço licença para publicar o link do seu blog na minha comunidade:
Setor Noroeste NÃO! http://www.orkut.com.br/Community.aspx?cmm=58152465

Assim o pessoal lah vai poder apreciar seu trabalho e tbm ver imagens da bela natureza da região.

abraço

Anônimo disse...

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