A CRISE OCIDENTAL DE ESCASSEZ DE IDÉIAS (1990)
O aspecto global que nos tem cercado nos leva a crer que os países ocidentais estão em crise no campo das idéias. Os jovens, quer sejam de países avançados economicamente (econômicos sim, mas não cultos, inteiramente) quer sejam de países do terceiro mundo, já não possuem interesse em se manter(em) informados como gerações passadas. Tal qualmente os jovens, estão os adultos, porém é nós jovens a quem o futuro pertence.
Estamos em uma época, final de século XX, onde a vida é cada vez mais veloz. A velocidade está presente em tudo, nas máquinas, na tecnologia de ponta, sempre superando e sendo superada, no poder da mídia eletrônica, no marketing, na pressa do tempo, no hamburguer rápido, no correr do dia-a-dia. E na decadência da linearidade das frases dos livros pelo império dos filmes de ação. E o futurismo “querendo a demolição dos museus e a queima das bibliotecas”, segundo define Celso Pedro Luft.
A medida que os anos vão se passando, a sociedade parece regredir, comportando-se de maneira ridícula. As pessoas estão menos preocupadas em debaterem, ilustrar e trocar idéias, mantendo-se submissas à mídia eletrônica. Em Nova York, por exemplo, assim como no Brasil, os jovens são gerenciados pelo assunto da moda (ex.: Ecologia da Amazônia), imposto pelos meios de comunicação via pressão das multinacionais. É o acúmulo do modismo e do ultraconsumismo que impede que os jovens avaliem, discutem e analisem por si próprios. Os americanos possuem mil problemas internos dos quais se abstêm. Possuem, também, uma superestrutura nas escolas e universidades das quais não usufruem como deveriam. E nós, latinos, estamos cada vez mais despersonalizados, massificados e limitados. Falta a todos nós muito dinamismo e autocrítica. Não falta(m) objetos a serem analisados. Das últimas décadas para cá, os problemas aumentaram, exigindo soluções maiores. Estamos inertes, mortos e amordaçados. Somos insensíveis, infantis (tipo – “só vou se me derem um doce”) e obsoletos (?).
Não é preciso ir muito longe. Aqui, na universidade, é preciso que sejamos obrigados a assistir um debate via cartãozinho de presença. Um absurdo pelos dois lados, pela direção da universidade que tem nos obrigar a nos conscientizar. Que vergonha! Tem razão eles, da direção, pois, se não o fizessem estaríamos sem idéias. Está claro, quando a maioria se levanta ao ser findo o tempo limite de presença obrigatória de debate. O que está acontecendo? Somos a geração-produto-pós 64? E no mundo? Somos produtos ou estamos em uma fase de transição do movimento hyppie, aquele que possuía idéias e enfrentou e mudou toda uma sociedade conservadora e moralista?
Sim, estamos em uma sociedade em crise. Alguns começam a chegar a esta conclusão e outros saem por si desiludido e desesperançosos. Esperamos que este artigo não seja mais um punhado de frases soltas sem sentido. Um artigo é como um espírito, tem vida e emoções dentro. Esperamos também ser uma crítica construtiva e não destrutiva, para os poucos que preocupam com o rumo das idéias, está lançada a semente
Agro 90
O aspecto global que nos tem cercado nos leva a crer que os países ocidentais estão em crise no campo das idéias. Os jovens, quer sejam de países avançados economicamente (econômicos sim, mas não cultos, inteiramente) quer sejam de países do terceiro mundo, já não possuem interesse em se manter(em) informados como gerações passadas. Tal qualmente os jovens, estão os adultos, porém é nós jovens a quem o futuro pertence.
Estamos em uma época, final de século XX, onde a vida é cada vez mais veloz. A velocidade está presente em tudo, nas máquinas, na tecnologia de ponta, sempre superando e sendo superada, no poder da mídia eletrônica, no marketing, na pressa do tempo, no hamburguer rápido, no correr do dia-a-dia. E na decadência da linearidade das frases dos livros pelo império dos filmes de ação. E o futurismo “querendo a demolição dos museus e a queima das bibliotecas”, segundo define Celso Pedro Luft.
A medida que os anos vão se passando, a sociedade parece regredir, comportando-se de maneira ridícula. As pessoas estão menos preocupadas em debaterem, ilustrar e trocar idéias, mantendo-se submissas à mídia eletrônica. Em Nova York, por exemplo, assim como no Brasil, os jovens são gerenciados pelo assunto da moda (ex.: Ecologia da Amazônia), imposto pelos meios de comunicação via pressão das multinacionais. É o acúmulo do modismo e do ultraconsumismo que impede que os jovens avaliem, discutem e analisem por si próprios. Os americanos possuem mil problemas internos dos quais se abstêm. Possuem, também, uma superestrutura nas escolas e universidades das quais não usufruem como deveriam. E nós, latinos, estamos cada vez mais despersonalizados, massificados e limitados. Falta a todos nós muito dinamismo e autocrítica. Não falta(m) objetos a serem analisados. Das últimas décadas para cá, os problemas aumentaram, exigindo soluções maiores. Estamos inertes, mortos e amordaçados. Somos insensíveis, infantis (tipo – “só vou se me derem um doce”) e obsoletos (?).
Não é preciso ir muito longe. Aqui, na universidade, é preciso que sejamos obrigados a assistir um debate via cartãozinho de presença. Um absurdo pelos dois lados, pela direção da universidade que tem nos obrigar a nos conscientizar. Que vergonha! Tem razão eles, da direção, pois, se não o fizessem estaríamos sem idéias. Está claro, quando a maioria se levanta ao ser findo o tempo limite de presença obrigatória de debate. O que está acontecendo? Somos a geração-produto-pós 64? E no mundo? Somos produtos ou estamos em uma fase de transição do movimento hyppie, aquele que possuía idéias e enfrentou e mudou toda uma sociedade conservadora e moralista?
Sim, estamos em uma sociedade em crise. Alguns começam a chegar a esta conclusão e outros saem por si desiludido e desesperançosos. Esperamos que este artigo não seja mais um punhado de frases soltas sem sentido. Um artigo é como um espírito, tem vida e emoções dentro. Esperamos também ser uma crítica construtiva e não destrutiva, para os poucos que preocupam com o rumo das idéias, está lançada a semente
Agro 90
A CRISE OCIDENTAL PARTE II (1990)
Nós, jovens, possuímos um poder de força, incontestável. Segundo Aristóteles os jovens “possuem noções exaltadas; porque eles não foram ainda tocados pela vida ou aprenderam suas limitações necessárias; todavia seus temperamentos de esperança fazem deles pensar igual a grandes coisas – isto significa noções exaltadas... Todos seus erros estão na direção de fazer as coisas excessivamente e veemente... Eles amam muito, odeiam muito, e o mesmo com todas as coisas”.
Possuímos realmente este dom de questionar, dentro de cada um de nós. Porém, o que me deparo é que, se os jovens sempre tiveram muitas bandeiras levantadas, hoje, não possuímos nenhuma estiada, por que? Estamos sem poder de contestação. Será que existem pessoas interessadas lucrando com isto?
Talvez algumas pessoas pensarão “Esses vão dar trabalho...” não queremos dar trabalho, pois nossa função não é esta. Queremos sim, participar, debater, perguntar e nos informar. Será que não nos reconhecemos mais?
Infelizmente vivemos hoje, na época do rotulismo. Rotular significa taxar uma pessoa de algum nome antes de saber a razão daquilo que ela é. Não é a partir da nossa manifestação que façamos passeatas, greves ou seríamos rebeldes, isto são coisas secundárias (apesar de secundárias têem uma razão por trás). Mas é da minha manifestação que não podemos continuar amorfos. O que nos falta são questões a serem debatidas, as drogas, o Movimento Estudantil, a universidade e o papel do estudante universitário.
Na minha opinião, não existe mais o Movimento Estudantil, mas sim, a sobra deste que é o Movimento Militante, de uns anos que ainda tentam fazer alguma coisa. É muito fácil criticarmos o DCE e os Cas e botarmos toda culpa neles. Eles estão fazendo alguma coisa, o que já é grande. Apesar de discordar em alguns pontos e concordar em outros, fui muito bem recebido em suas reuniões, desde o começo. Criticar destrutivamente é muito fácil, participar e tentar mudar a coisa é muito mais difícil. Afinal, “quem sabe faz a hora, não espera acontecer”.
A universidade mais antiga do mundo é EL AZHAR, no Cairo, fundada por volta de 970, onde continua funcionando. A palavra universidade vem do latim – universitas – que significa universalidade, totalidade, comunidade, associações, sociedade (?!).
Os principais objetivos de uma universidade são ENSINO (970 – Cairo), PEQUISA 1808 – Alemanha e EXTENSÃO (1860 – Inglaterra). Estes não são a base da universidade, mas sim, os frutos dela, realizados pelos estudantes, direta ou indiretamente, a curto ou a longo prazo. Somos então, a base mais importante da universidade. O reitor, muitos funcionários e os professores não existiriam e não teriam função sem nós, os estudantes. Até mesmo porque, para ser o que são, estes tiveram que ser alunos. As pesquisas serão feitas por nós, futuramente. Por isso, é preciso que nós estudantes estejamos unidos e fortes o bastante para que enfrentemos e saibamos reivindicar nossos interesses e integridade, estamos esquecendo de nossa integridade e que somos a base da UFV.
Enfim, vamos participar, perguntar, denunciar, debater. Se você tiver algo para escrever, não tenha medo, escreva! Você não terá seu “filme queimado”, pois você não é um rolo de filme a ser queimado e sim um estudante da UFV. Faça uma crítica construtiva. Como rotular é deturpar a palavra criticar parece ser destruir. Não se influencie por represálias de professores. Costumo dizer quem dança é um diplomata da música. Mas dance a sua música, não a que eles tocam.
Agro 90
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